segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jongo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um caso de verão


Então um dia a vi. Foi um caso rápido. Alguns segundos. Logo ela foge do alcance dos meus olhos.

Isso aconteceu por algumas vezes. Acho que ela também me viu em todas as ocasiões. O que será que ela pensou? Porque fugiu?

Certo dia houve uma festa em minha casa. Ela apareceu. Estava num canto da casa. Sozinha. Não pode ser verdade. Assim também já é demais.

Fui ao encontro dela. Ela correu, mas ainda estava no meu campo de visão. Dessa vez ela não escaparia. Ela ia pra um lado, eu ia atrás. Ela voltava, eu voltava também.

Eis que consigo prensá-la contra uma parede. De forma concisa. Precisa. Firme. Forte. Ela bambeia. A deixo por uns instantes, orgulhoso. Vou buscar uma bebida. Quando volto, ela havia sumido de novo. Mas como? Depois dessa prensa ela ainda foge?

Maldita barata!!!

domingo, 20 de novembro de 2011

Abre a roda, moçada, que o samba é pesado!

Vi a receita e copiei.



Batuqueiro
(Candeia)

Abre a roda moçada que o samba é pesado
(Sim meu senhor)
Batuqueiro que é bamba não é derrubado
(Sim meu senhor)
Se cair se levanta de bico calado
(Sim meu senhor)
Batuqueiro de roda não fica sentado

Quem sai com chuva vai se molhar
Quem vai pro samba vai pra sambar
A batucada já começou
O samba é duro, mas sambar eu vou

Abre a roda moçada que eu vim da favela
(Sim meu senhor)
Sai da porta menino e não abre a janela
(Sim meu senhor)
Esse samba é pra homem, não é pra donzela
(Sim meu senhor)
O Marçal está pensando, esperando por ela

Abre a roda moçada que eu vim da favela
(Sim meu senhor)
Levo para a comadre uma rosa amarela
(Sim meu senhor)
Venho lá de Mangueira, ainda vou na Portela
(Sim meu senhor)
E o nêgo comendo farofa amarela
(Sim meu senhor)
Quero ver a comida que tem na panela
(Sim meu senhor)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Desculpas públicas a Sinhô

Venho a público pedir minhas sinceras desculpas ao Rei do Samba, Sinhô!



Certa vez eu fui convidado para apresentar um show. O texto era meu. Tentei buscar um lado incomum, coisas que nem todos conhecem sobre os compositores das músicas que seriam apresentadas.

Com Sinhô, cometi alguns deslizes.

Primeiro - Ele não é auto intitulado Rei do Samba. Ele era intitulado por jornalistas, cronistas, amigos e pelo povo em geral, que adorava as músicas de Sinhô e se via nelas. Sinhô era um compositor popular. Suas músicas caíam fácil na aceitação do povo.
Segundo - Eram suas músicas. Não plágios. Muito menos roubo!

Havia, na época, reclames de alguns compositores, como Heitor dos Prazeres, de que certas músicas de Sinhô seriam, na verdade, de outras pessoas. Acontece que nunca apresentaram provas contundentes de que Sinhô teria plagiado, ou roubado, samba de outros.

É fato que Sinhô se inspirou em valsas estrangeiras para compor músicas. É fato que Sinhô se apropriou de versos que já estavam ficando no ostracismo, ou se tornado de domínio público - quando ainda não havia um órgão fiscalizador - para criar suas obras. Há quem defenda isso como sendo malandragem ou ato sem maldade, pensando apenas em resgatar os versos a fim de não deixar cair no esquecimento.

De qualquer forma, essas músicas seriam uma parcela muito pequena diante das mais de 150 músicas compostas por Sinhô.

Sendo assim, registro aqui meus sinceros pedidos de desculpas ao Rei do Samba!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tocar em pé


Tem gente que me critica por tocar meu tamborim em pé lá no Bar do Noel. Dizem que faço isso por vaidade. Com o intuito de me aparecer.

Pura ignorância!

Primeiro: Não faço parte do grupo Bom Partido. Faço parte da manifestação cultural que o grupo protagoniza. A roda é do grupo. Só senta na roda quem é permitido por eles. A não ser que um mal educado, ou mal intencionado, sente sem permissão;

Segundo: Ali, em pé, me torno subalterno à roda. Quem está sentado é que dá as diretrizes. Sendo assim, quem está sentado, tem mais autonomia do que eu, em pé;

Terceiro: Não preciso me aparecer. Se eu quisesse me aparecer, pintava a rodoviária de vermelho;

Quarto: Só o fato de tocar naquela roda, a pessoa já está exposta. Não precisa ficar em pé;

Quinto: Gosto de tocar em pé.

Sexto: Então se eu chego numa tendinha, com apenas 1 mesa e 3 cadeiras, ocupadas, eu não posso participar do samba em pé porque estaria com o objetivo de me aparecer, me tornar melhor do que os que estão sentados? Ora essa. Era só o que me faltava.

Sétimo: Quem quer se aparecer são aqueles que não sabem tocar nada, não tem nenhuma intimidade com o instrumento, não tem nenhuma intimidade com o ambiente da roda de samba, não conhece a música que está sendo executada, chega na roda, puxa um instrumento qualquer que está parado em cima da mesa (geralmente o molho: tamborim, agogô, reco-reco, afoxé), pensa que não vai atrapalhar (mas atrapalha, e muito), toca três, quatro músicas pra mostrar pros outros que sabe alguma coisa, que tem moral pra chegar na roda e pegar qualquer instrumento e tocar, larga e parte pra cima da mulherada com ar de bonzão. Esse sim quer se aparecer.

Oitavo: Aquela manifestação aos sábados não é uma simples apresentação de um grupo. É, acima de tudo, uma roda de samba. E uma roda de samba é.... Ora, meus caros críticos de meia tigela. Se não sabem o que é uma roda de samba, não me venham fazer acusações levianas e críticas infundadas.


Felicidades, um forte abraço e um grande beijo!

domingo, 13 de novembro de 2011

Cabocla Jurema

Lindo!

E salve Candeia!



Cabocla Jurema
(Candeia)

Essa história começou assim
Todos queriam seu coração
A cabocla olhou para mim
Mas o seu amor não percebi

Jurema, Jurema
A mais linda flor do meu sertão
Jurema, Jurema
Violeiro quer seu coração

E o chefe dos violeiros então lhe perguntou
Entre tantos violeiros de quem mais gostou
Ela então sorrindo respondeu:
"Ele vai saber melhor que eu"
E desapareceu
Linda cabocla
Desapareceu
O amor que não foi meu
Desapareceu
Ai, ai
Desapareceu
Ai, ai
Desapareceu

O o o o o o o
Ainda não voltou
O o o o o o o
Ainda não voltou

Sonhei que tava na mata
(Sonhei que tava na mata)
E vi uma linha cabocla
(E vi uma linha cabocla)
Que há pouco tempo morreu
Que o culpado fui eu
Assim ela dizia
Que gostava tanto de mim e eu não sabia
Que gostava tanto de mim e eu não sabia

Jurema, Jurema
A mais linda flor do meu sertão
Jurema, Jurema
Violeiro quer seu coração
E um lamento dentro da noite ecoou

O o o o o o o
Ainda não voltou
O o o o o o o
Ainda não voltou

E um lamento dentro da noite continuou

O o o o o o o
Ainda não voltou
O o o o o o o
Ainda não voltou

E um lamento dentro da noite acabou

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Assim é mesa de bar. Lugar de...


De vez em quando chego no bar, peço minha tradicional latinha de Antártica e fico de canto, observando os que já estão sentados à mesa, em forma de círculo, brincando.
Aqui abro um parênteses pra contar uma historinha.

(Desde sempre que o círculo simboliza união. Não há início, nem meio, nem fim. Rei Artur muito provavelmente tenha sido o maior difusor desse simbolismo. Basta lembrar do nome da história: Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Quando todos sentam à mesa em forma de círculo, mesmo que a mesa não seja redonda, significa que todos tem o mesmo grau de importância. Ninguém é o centro das atenções. Assim pensava Rei Artur.)

Tudo vai bem e eis, porém, que de repente, alguém me chama para sentar junto e sede seu lugar para mim. É a minha vez de brincar também.

Outras pessoas sentam junto, outras ficam em pé ao redor. Todos acabam brincando, em prol do que acontece. Há os que não gostem da intervenção de quem está fora, alguns cantam errado, mas tudo faz parte.

É bonito de se ver essa interação, mesmo com pessoas estranhas, como de vez em quando acontece. Por vezes, a brincadeira sai bonita.
E quem está sentado cuida do colega, se preocupa com quem está ao lado, tudo de forma natural, sem obrigação, pra que tudo saia na mais perfeita ordem. Há um respeito mútuo entre todos.

Quando a roda está animada, surgem olheiros de todos os cantos e todos os tipos. Todos parecem querer participar, estar dentro.

A união dessa mesa de bar é algo fora de série. Preto senta com branco, rico com pobre, os mais velhos sentam com os mais novos, por vezes aprendem com a astúcia dos mais jovens, mas na maioria das vezes ensinam. Há gozação pra lá, gozação pra cá, um ri do outro, o outro paga cerveja pra um, etc.

Há, claro, os que não gostam de deixar a mesa. Mas é um espaço democrático. Todos devem brincar.

Assim é mesa de bar. Lugar de jogo de dominó.

domingo, 6 de novembro de 2011

Depoimentos para posteridade - Jandira

Chegou a vez da Jandira, conhecida no Brasil inteiro por, entre outras, vencer um concurso de partido alto, lá no Rio, em 2002.

Jandira fala sobre o início de carreira, com o Bom Partido.

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Seu Waldomiro Tomé Pimenta e o tamborim de couro de gato

Não se sabe ao certo a origem do tamborim ou quem inventou o tamborim.

Alcebíades Barcelos, o Bide, um dos docentes do Estácio, inventor do surdo, dizia não saber se inventou o tamborim também, mas lembra de tocar desde pequeno. Ele nasceu em 1902.

Pois meu amigo Vilmar, do Projeto Resgate de Porto Alegre, me apresentou esse vídeo do possível cara que inventou o tamborim de couro de gato.

A matéria não fala nada sobre a criação do tamborim, mas que ele descobriu isso há 43 anos.

Supondo que a matéria seja de 1970, a descoberta do mangueirense seria de 1927. Em "miados" de 1927, um ano antes da fundação da Deixa Falar no Estácio, Bide já tinha 19 anos e já tinha passado da infância.

Na infância Bide não devia tocar tamborim de nylon, mas de couro. Possivelmente couro de gato, até se descobrir que o couro de cabrito era mais resistente.

Não desmerecendo o vídeo, que é interessante, muito menos Seu Waldomiro Tomé Pimenta, um dos maiores Mestres de Bateria da Mangueira, que tem conhecimento de causa, mas eu fico com Bide!